quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Restos

Você estava lá
Poucas vezes fui
Você me esperava
E eu não me importava


Você foi embora
Não sabia o que sentir
Finalmente abandonada
Nem pude me despedir


Queria ter te amado mais
Queria te ver em paz
Não queria continuar a mentir
Queria voltar a sorrir


Morreram pra mim as cores
Em minha boca, morreram os sabores
Os dias eram lendas passadas
Só haviam noites geladas


Muito abalada eu estava
Nem a lua me consolava


Mas não poderia consolar
Não conseguiria nem tentar
Quando eu  a admirava
Um vento cruel soprava em meu ouvido
E me lembrava que você já havia ido


Retalhada por lembranças
Lembranças de seus doces sorrisos
Que me davam esperanças
E os mais amáveis avisos


Eu te ouvia
Mas isso passou
Agora junto os pedaços
De tudo que restou

Sacrifícios

Jogo nesta terra
Uma semente de beleza passageira
Para que brote do chão
Uma linda macieira


Adorável seu colar
De pedrinhas cintilantes
Difícil acreditar
Se me mostrassem elas antes


Para a lua nascer
O sol deve se esconder


Para uma guerra acabar
inocentes devem morrer
O fracos sempre devem cair
Para que outros em seus corpos possam subir


Para um fruto nascer
Uma flor deve secar
Para eu voltar a sorrir
Devo deixar de te amar

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Muros

Estou presa
Entre muros de uma fortaleza
A salvo de flechas
Junto com minha tristeza


Sou como os muros
Estarei aqui até o fim
Não vai importar
Quantas pedras jogarem em mim


Não sou como os muros
Vão me atacar
Não cairei
Vou revidar


Sinto que vou sofrer
Sei que vão me ferir
Percebo que vai doer
Voltarei um dia a sorrir?


De pé irei me manter
Até meu perfurado coração
Finalmente parar de bater

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Jogo de Mentiras

Qual será a verdade?
Onde ela estará?
Devo procurar?
Ou ela irá me encontrar?


Posso sentir
No fundo dessa prisão
Essa teia de mentiras
É tudo ilusão


Um jogo triste
Que irei jogar
E quebrar as regras
Para me libertar


Deverei esconder
O quão fraca sou
Esconder os vestígios
Da mágoa que restou


Sufocar as lágrimas
Para sorrir
E isso é algo...
Como mentir?


Ou será proteger?
Proteger a mim dos que se aproveitariam?
Proteger quem amo de mágoas que viriam?


Se devo sofrer em silêncio
Assim vai ser
Mas quanto os amo
Não vou esconder


O jogo não é fácil de vencer
Não com tanto a se perder
Mas jogarei sem desistir
O jogo onde a principal regra é mentir

O fantasma

Tento correr
Não é o bastante
Tento me esconder
Mas serei encontrada a qualquer instante


Tremendo de medo
Para onde ele vai?
A aliança em meu dedo
Sei que o atrai


Ficar escondida
Só me enfraquece
Aumenta meu medo
E me enlouquece


Devo ser forte
Vou enfrentar
Se eu cair
Irei levantar


Esse fantasma
Vai me ferir
Mas não deixarei
Ele me destruir


Não temerei as memorias
Tudo o que resta do amor
Conseguirei até superar
Toda a tristeza e a dor


O fantasma das lembranças
Não vai me tocar
O aceitarei com carinho
Em meu coração de ninho


Temer me enfraquece
Enfrentar fortalece

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Bela Dama

Dama dos olhos de folhagem
Passeando
Observando a paisagem
Devaneando


Olhos com preocupações
Distantes deste jardim
Perdida com distrações
Senta perto de mim


Quais seriam suas aflições
A razão de olhos com pertubações?
"Oh, Bela!
Diz-me o que espera"


Responde atordoada
Como se recém acordada


"Espero teus braços
que mantêm-me perto do chão
E juntam os pedaços
De meu coração"

De Luto

A raiva a queimar
A tristeza sufocando
O sol escurecendo 
E o dia esfriando


Pagando com lágrimas
cada sorriso egoísta
dentro das trevas 
que se perdem de vista


A morte é
Abandonar friamente
Um coração dependente
Deixando-o no frio
Tremendo vazio


Parti-lo em pedaços
E deixa-lo sangrar
Com os estilhaços
Sempre a cortar




P.S.: te amo para sempre

Doce Lembrança

Tantas vezes chorei
Por desejar o passado
Confesso que errei
Deixei meu coração magoado


Tanto sofrimento
Por meu arrependimento
Esquecendo a vida
Por tão profunda ferida


Mas... teria sido melhor?
Mudar o que foi errado?
Não, teria sido pior
Meu coração não seria poupado


Assim que isso for
ficará a cicatriz
Minha doce lembrança da dor
O motivo de eu estar feliz


Os fantasmas que hoje podem me ferir
Em breve estarão me fazendo sorrir

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Arte De Amar Você

Penso em você
Sonho em te ver
Sei que está presente
Em meu subconsciente


Se me perguntassem
O que amo e o que odeio
Responderia sem rodeio
amo você, odeio não te ver


Se eu tivesse que escolher
Entre a arte e o amor
Escolheria a arte
Arte de amar você


Dizem que sou poeta
cujo não poso ser
Poetas só pensam em poesias
Mas eu só penso em você

Coração Despercebido

Talvez se fosse assim
Tão fácil de perceber
As sombras que existem em mim
Você iria estremecer


Iria congelar
E decidiria pensar
"Como pode alguém como você
Tão cruelmente se machucar?"


"Como podes chorar?
Como podes amar?
São mesmo seus estes versos sombrios?
O que mais se esconde nesses olhos vazios?"


Olhos frios
De um coração despedaçado
Tão bem escondido
Que jamais será percebido

Espero

Espero as folhas
Cairem no chão
E avisarem
Que acabou o verão


Espero a noite
para me proteger
Das coisas assustadoras
que não poderei ver


Espero a lua
Que faz-me dormir
E vem me dizer
O que não devo saber


Espero meus sonhos
Onde fico acordada
E posso pensar
O que não sou obrigada

Paixão

Digo sem pensar
Como gosto de você
E quando penso que acordei
Vejo que já te beijei

Sabe que quando me manda esse olhar
Não consigo respirar
Mas o que posso fazer?
Já que sem você não posso viver

Um dia sem te ver
E nada posso fazer
A não ser... me deixar afogar
Em profundas águas
Das mágoas da solidão

Por que não posse te amar?
sentir mais que uma emoção...
Só sei que não posso me entregar
A algo como essa paixão

Desde aquele dia
Por algo forte fui tomada
O que acho?
Só detesto estar apaixonada